segunda-feira, abril 26, 2010


Paranóia.

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Eu parei pra pensar em como tu podes ser tão sem coração... Como podeste ser tão frio naquele momento de eterna ternura enquanto as folhas secas caíam sobre os nossos finos fios de cabelo na noite de outono onde a lua parecia apenas refletir meu coração, indeciso, puro e escondido... Escondido sobre a nuvem tão doce e ao mesmo tempo agressiva. Disseres aquelas palavras tão duras e a tua face ainda insistia em me encantar, teus olhos em me cercar... Foi nesse dia que eu descobri que tuas palavras sempre foram todas partes de um grande filme de ilusão que tu fizeres terminar da pior forma possível e amargamente existente naqueles dias... Deixaste que eu caísse de joelhos e a única coisa que puderes ouvir, tivera sido o som das folhas secas quebrando em meus joelhos pesados e cheios de tensão... Não ouviste nenhuma outra coisa, não ouviste minhas palavras, não ouviste o som das minhas lágrimas se espalhando no chão gelado, fazendo a mistura morna de ambos... Não ouviste mais nada... Apenas saíste andando. Hoje eu me arrependo de ter sacado aquele revólver e ter puxado com tanta destreza aquele gatilho... Eu só pude sorrir quando estavas caído ao chão, perfurado por seis balas, banhado de sangue puro e frio, já estava tomado pelo frio e os carros de ambulância e polícia chegaram... A última vez que pude te ver foi quando o braço de algum dos policiais puxou meus fios de cabelo e fez com que eu erguesse a cabeça pra trás... Olhando-te e fitando-te pela última vez... Por que eu sorria?

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