sábado, março 20, 2010


Seu sorriso contra o meu olhar.

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Eu estava sentada, de pernas cruzadas, observando a noite e totalmente destraída. As nuvens me passavam um semblante calmo e despreocupado e elas nem ao menos tem vida. Já perceberes que o momento dá valor a tudo? As nuvens, cenário, árvores, folhas caindo que você jamais havia notado antes. Por que paras pra observar o luar, sendo que na maioria dos dias nem lembras da existência do mesmo? Existe motivo, existem motivos e estes são causados por algo. Podes estar feliz ou até mesmo triste, ao observar um luar... Repleto de pensamentos e até mesmo perdidos, tentaste encontrar a resposta, porém ela não veio até ti. São apenas momentos, e estes momentos são eternos por questão de segundos. Eu deslizei o olhar até parar em teu rosto, quando dirijiu a voz à mim. A tua voz tão bela, que atravessava meus tímpanos e me deixava embreagada, embreagada de doçura. Não dei muito valor ao momento quando este aconteceu, mas depois que segui vendo-te alguns dias, observando-te... Querendo-te. Se tornou inesquecível e até mesmo irritante, te querer tanto em apenas 24h, e ainda mesmo por dia. Dias...
Será que se tornarão meses?

Errado

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Você vai sorrir quando não der certo? Vai achar certo algo errado? Desde aquele dia que eu vi o sol pela primeira vez em um raio de luz forte e cheio de vida, pensei que este seria assim pra sempre e teria a mesma importância. Que todos os dias seriam de felicidade e não conhecia o fracasso, o erro. No dia errado pode acontecer coisas certas e talvez até infinitas. Nada pode ser totalmente certo e bom, mas pode ser errado e ruim. Vemos desde o princípio o lado ruim das coisas, o que pode dar errado e simplesmente esquecemos que o otimismo nos acompanha no dia a dia.

sexta-feira, março 19, 2010


Donnez-moi un dernier baiser ce soir (...)

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Estavas prestes à ir embora, estava prestes à me deixar para o resto dos dias. Tua aparência triste e teu sorriso quase percebível me fazia sentir o amor fugir a cada segundo, mais, a cada segundo. Tua mão tocou a minha com certa cautela enquanto teus olhos fitavam-me com destreza e os meus fitavam-te com pena, com medo, com fragilidade, indignação. Como podes estar deitado desta forma tão perto de mim, e eu sentir-te tão longe, tão impossível? "Embrasse moi" Disseres naquela noite tão fria, eu não poderia recusar, porém não queria tocar teus lábios mais uma vez, pra sentir a última... Não poderia ser esta, a última. Sorristes pra mim, com um tom até alegre, tua expressão mudou em questão de segundos, da fria e calculista para a doce e frágil, laçou-me com teus próprios olhos e os cargos mudaram, eu me sentia frágil e olhaste-me com pena. Por que pena...? Estavas com pena de mim, por me abandonar desta forma e sabeste que eu sofreria muito. Sofri. Não toquei meus lábios nos teus e vi fechares teus olhos e abrires teus lábios... Sem vida. "Pourquoi m'as tu quittée?" Eu disse sem pensar, sem imaginar que quem sentira as dores, não era eu... E sim ele. Ele que abandonaste-me. Dei alguns passos curtos e rápidos pra fora daquele quarto que apenas me lembrara tristeza e vários dias de infelicidade. Percorri todo o piso do hospital com passos rápidos e saí dele logo em seguida, encarei o céu com certa rebeldia e observei as estrelas quase transparentes, as estrelas que pareciam transparecer com o meu sofrimento, com a minha angústia... Com a minha existência. A minha existência sumia... Desaparecia. Sofria (...)

segunda-feira, março 15, 2010


Sourire pour moi mon ange.

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Eu abri os olhos lentamente e me deparei com o teto branco do meu quarto. Nosso quarto. Deixei a minha íris rolar pro lado e me encontrei com um rosto pálido perto do meu. Não pude evitar, deixei o sorriso (menor possível) esboçar entre meus lábios ao ver aquele anjo ao meu lado, junto à mim. Estavas de olhos fechados e parei para notar em todas as tuas feições doces e teu sorriso nenhum pouco proposital. Avancei com a ponta dos meus dedos em direção ao teu rosto que estava tão proximo e toquei a maçã dele com eles, deslizei-os pela tua lateral do rosto e pressionei meu polegar e o indicador contra seu queixo, quase o trouxe pra mim. Meu sorriso ia ficando cada vez mais largo e eu nem ao menos notava isso. Continuei a deslizar a minha mão pela tua pele macia, até chegar ao teu tórax e espalmei a minha mão ali, delicadamente. Empurrei pouco meu quadril para o seu lado e deixei meu corpo junto ao teu, fui dedilhando o teu tórax até chegar à tua cintura, onde apertei-a e puxei-te pra mim, apenas escutei um gemido emburrado e dei um riso baixo, logo deitando meu rosto contra a sua pele.

Dor.

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Sozinha por alguns segundos. Minutos. Horas. Dias. Meses. Anos... Sozinha pela eternidade. És alta, pede corada, lábios finos e róseos, sorriso singelo. Cabelos negros e brilhosos, que cobrem disfarçadamente alguns traços do rosto. Dedos finos, aparentemente quebráveis, de vidro. Deitaste sobre o lençol cor de vinho... Porém esta mesma cor era o sangue derramado por todas as fraquezas, todas as derrotas e angústias. Vidro... Os teto, paredes, chão, ambos de vidro. O olhar perdido e infinito parecia dócil e ao mesmo tempo tão frio. Mexeste as mãos gélidas pelo lençol coberto de sangue escuro e vermelho, levantaste o rosto lentamente e observaste o mundo por fora dos vidros finos e que ecoavam tanta angústia, tristeza, mágoas... Mágoas que jamais seriam esquecidas. Tristezas que jamais seriam perdoadas. Felicidade? Não conheceste essa palavra tão longe... Tão inexistente. Apertaste os olhos com mais angústia e derramaste lágrimas, estas mesmas escorriam com lentidão e destreza sobre a pele gelada e a aquecia de modo rápido. Fechaste os olhos... Deixaste um dos braços pra fora da cama e tentaste tocar o chão com a ponta dos dedos avermelhados, porém... Estava alta demais para que pudesse alcançá-lo, assim como a realidade.