sexta-feira, março 19, 2010
Donnez-moi un dernier baiser ce soir (...)
Estavas prestes à ir embora, estava prestes à me deixar para o resto dos dias. Tua aparência triste e teu sorriso quase percebível me fazia sentir o amor fugir a cada segundo, mais, a cada segundo. Tua mão tocou a minha com certa cautela enquanto teus olhos fitavam-me com destreza e os meus fitavam-te com pena, com medo, com fragilidade, indignação. Como podes estar deitado desta forma tão perto de mim, e eu sentir-te tão longe, tão impossível? "Embrasse moi" Disseres naquela noite tão fria, eu não poderia recusar, porém não queria tocar teus lábios mais uma vez, pra sentir a última... Não poderia ser esta, a última. Sorristes pra mim, com um tom até alegre, tua expressão mudou em questão de segundos, da fria e calculista para a doce e frágil, laçou-me com teus próprios olhos e os cargos mudaram, eu me sentia frágil e olhaste-me com pena. Por que pena...? Estavas com pena de mim, por me abandonar desta forma e sabeste que eu sofreria muito. Sofri. Não toquei meus lábios nos teus e vi fechares teus olhos e abrires teus lábios... Sem vida. "Pourquoi m'as tu quittée?" Eu disse sem pensar, sem imaginar que quem sentira as dores, não era eu... E sim ele. Ele que abandonaste-me. Dei alguns passos curtos e rápidos pra fora daquele quarto que apenas me lembrara tristeza e vários dias de infelicidade. Percorri todo o piso do hospital com passos rápidos e saí dele logo em seguida, encarei o céu com certa rebeldia e observei as estrelas quase transparentes, as estrelas que pareciam transparecer com o meu sofrimento, com a minha angústia... Com a minha existência. A minha existência sumia... Desaparecia. Sofria (...)
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