segunda-feira, março 15, 2010


Dor.

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Sozinha por alguns segundos. Minutos. Horas. Dias. Meses. Anos... Sozinha pela eternidade. És alta, pede corada, lábios finos e róseos, sorriso singelo. Cabelos negros e brilhosos, que cobrem disfarçadamente alguns traços do rosto. Dedos finos, aparentemente quebráveis, de vidro. Deitaste sobre o lençol cor de vinho... Porém esta mesma cor era o sangue derramado por todas as fraquezas, todas as derrotas e angústias. Vidro... Os teto, paredes, chão, ambos de vidro. O olhar perdido e infinito parecia dócil e ao mesmo tempo tão frio. Mexeste as mãos gélidas pelo lençol coberto de sangue escuro e vermelho, levantaste o rosto lentamente e observaste o mundo por fora dos vidros finos e que ecoavam tanta angústia, tristeza, mágoas... Mágoas que jamais seriam esquecidas. Tristezas que jamais seriam perdoadas. Felicidade? Não conheceste essa palavra tão longe... Tão inexistente. Apertaste os olhos com mais angústia e derramaste lágrimas, estas mesmas escorriam com lentidão e destreza sobre a pele gelada e a aquecia de modo rápido. Fechaste os olhos... Deixaste um dos braços pra fora da cama e tentaste tocar o chão com a ponta dos dedos avermelhados, porém... Estava alta demais para que pudesse alcançá-lo, assim como a realidade.

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